A Associação de Moradores da Vila Mariana (AVM) junto com a sociedade civil e Conselhos Municipais, segue buscando um diálogo transparente com a Prefeitura em relação à obra do Túnel Sena Madureira. Com tamanho impacto ambiental e social, o seu mérito deve ser amplamente discutido com a sociedade.
O aterramento da nascente do córrego Emboaçu e supressão de dezenas de árvores no entorno do córrego, numa ZEPAM (Zona de Proteção Ambiental), deram início às obras.
Na fronteira ao córrego, a comunidade Souza Ramos e Luis Alves, está assentada sobre uma ZEIS (Zona Especial de Interesse Social) e inclui a ameaça de desalojamento repentino de mais de 100 famílias, são pontos críticos que exigem esclarecimento urgente.
No total, inclui a derrubada de cerca de 320 árvores na região, incluindo algumas cinquentenárias do Corredor Verde Sena Madureira. Este, tapumado no canteiro central no mês de setembro, após 2 semanas de atos contrários à obra, e várias iniciativas jurídicas da sociedade civil junto ao Ministério Público, os tapumes foram retirados na sexta feira dia 11/10/2024, sugerindo um recuo do prefeito Ricardo Nunes, em campanha pela reeleição.
Outros aspectos tão importantes quanto os relativos aos impactos sociais e ambientais, como contratos e preços e reais benefícios à sociedade, à mobilidade de massa e ao meio ambiente, não foram objeto de discussão. E a obra surge em pleno ano eleitoral, às vésperas do 1º turno.
Cronologia recente dos acontecimentos:
Dia 01/10, no âmbito do Conselho Participativo Municipal da Vila Mariana (CPMVM), a Prefeitura agendou uma apresentação sobre o projeto do Complexo Sena Madureira na Subprefeitura. A Secretaria Municipal de Mobilidade e Trânsito e o Consórcio Sena Madureira iriam apresentar detalhes do projeto e das obras, mas a apresentação foi cancelada logo no início devido à falta de condição de participação pelo grande número de pessoas presentes.
Após muitas discussões e indignações, a Prefeitura remarcou a reunião para o dia 03/10 no auditório da Biblioteca Viriato Corrêa, na Rua Sena Madureira. Saindo da reunião adiada, os presentes se dirigiram à Rua Sena Madureira e realizaram uma manifestação no local das obras, em frente ao local da futura reunião, sinalizando a importância da paralisação das obras até a reunião, com o coro “Parem o Túnel”.
Porém no dia seguinte, 02/10, argumentando falta de agenda do Secretário e
indisponibilidade do auditório, a Prefeitura cancelou a apresentação na Biblioteca Viriato Corrêa e, até o momento, não anunciou uma nova data.
Com o cancelamento da apresentação na biblioteca, a comunidade se mobilizou e realizou nova manifestação em frente ao local contra o túnel na Rua Sena Madureira, no dia 03/10.
No dia 08/10 outra manifestação reuniu no mesmo local o movimento diante da falta de perspectiva de uma nova reunião.
O movimento popular pela paralisação das obras do Túnel Sena Madureira se amplia além da comunidade a cada dia e muitas denúncias e ações no âmbito jurídico e no Ministério Público estão em curso.
No domingo, 13/10, às 11h, o Ato "Abraço pela Vida" iniciou-se na praça Lasar Segall, esquina da rua Sena Madureira com a rua Domingos de Morais, chamando atenção para a vulnerabilidade das comunidades Souza Ramos e Luis Alves e as árvores do Corredor Verde da Sena Madureira, a emergência climática e a necessidade de se preservar a pouca cobertura vegetal da cidade.
Um cordão de abraço se formou ao longo da rua Sena Madureira ao redor do canteiro central das árvores, ocupando parte da ciclovia, com centenas de pessoas, famílias, crianças, ciclistas e skatistas.
Próximos eventos:
ALESP – Auditório Teotônio Vilela – quarta feira dia 16/10 às 19h
Av. Pedro Álvares Cabral, 201 – Moema.
CÂMARA MUNICIPAL – Salão Nobre – terça feira dia 29/10 às 19h30
Viaduto Jacareí, 100 – Centro.
A AVM reforça a importância da participação da comunidade e continuará buscando um diálogo construtivo com a Prefeitura visando as garantias de parar a obra e debater os interesses sociais e ambientais dos moradores e da população de São Paulo.
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